Publicado em 12/08/2022 às 20h30
Governo do RS emite alerta epidemiológico sobre a varíola dos macacos
São 29 casos confirmados da doença em 14 municípios gaúchos
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Estado (Cevs-RS) publicou nesta quarta-feira (10) um alerta epidemiológico sobre a situação da varíola dos macacos no Rio Grande do Sul. Chamada de monkeypox pelas autoridades sanitárias, a doença já teve 29 casos confirmados em solo gaúcho totalizando 14 municípios. Outros 64 casos suspeitos estão em investigação.
Entre as ações apontadas no documento, está a comunicação imediata dos casos suspeitos por parte dos profissionais de saúde às prefeituras e ao Estado, além do rastreamento e monitoramento dos contatos do caso suspeito. A publicação ainda determina a coleta de amostras para confirmação diagnóstica em laboratório e o isolamento do paciente.
Foi formado um Centro de Operações de Emergências da doença no Rio Grande do Sul. No Brasil, até o momento, são 2.415 casos confirmados e foi declarada transmissão comunitária da doença. Desde o dia 28 de julho, o Ministério da Saúde passou a considerar que o Brasil enfrenta um surto da doença.
Duas grandes sociedades brasileiras de especialistas, a de Infectologia (SBI) e a de Urologia (SBU), já divulgaram nota conjunta com recomendações à população, à classe médica e aos demais agentes de saúde com “medidas importantes que devem ser adotadas ao se diagnosticarem lesões cutâneas, especialmente vesículas, pústulas e crostas na região anogenital (ânus e órgãos genitais), ainda mais quando antecedidas ou acompanhadas por febre, gânglios aumentados e dolorosos (ínguas) e lesões em outras partes do corpo”.
Centro de Operações de Emergências
A Secretaria da Saúde (SES) realizou nesta quarta-feira (10) a primeira reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) para o monitoramento e acompanhamento da monkeypox no Estado. O grupo reúne diferentes entidades e representações de áreas de gestão, de universidades e de áreas da saúde. A partir de encontros periódicos, temas e ações quanto ao enfrentamento à doença serão discutidos e deliberados.
Um dos pontos apresentados pela SES, por meio do Cevs, foi o trâmite em finalização para a publicação do plano de contingência. Com previsão de divulgação para os próximos dias, o documento tem o objetivo de oferecer aos profissionais e gestores informações estratégicas de contenção, controle e orientações para lidar com a emergência.
Entre os que compõem o COE, além de áreas da SES, estão representantes de sociedades gaúchas de dermatologia, infectologia, pediatria, associação de medicina da família e comunidade, conselhos estaduais de enfermagem e de farmácia, Ministério Público, Conselho Estadual de Saúde, Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-RS), entre outros.
Saiba o que é a varíola dos macacos e como se prevenir
A varíola dos macacos, ou monkeypox, é uma doença zoonótica viral. A transmissão ocorre pelo contato com animal ou humano infectado ou material corporal humano contendo o vírus. A doença foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo, na África, em um menino de nove anos que vivia em uma região onde a varíola havia sido erradicada em 1968. Desde 1970, foram registrados casos humanos de ortopoxvirosis simia em 10 países africanos. No início de 2003, também foram confirmados casos nos Estados Unidos, os primeiros fora do continente africano.
Apesar do nome, os macacos não são reservatórios de vírus. A epidemia atual não se correlaciona com a transmissão de animais para humanos, ressaltam representantes da SBI e da SBU. Portanto, não se justificam atitudes e, muito menos, crueldade em relação a animais, aí incluídos os macacos. Apesar disso, nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou ataques contra primatas no Brasil por medo da doença.
Como se prevenir?
• Higienize as mãos com frequência, utilizando álcool 70% ou água e sabão
• Evite contato próximo com pessoas que apresentam sintomas compatíveis com os de varíola dos macacos. Não compartilhem objetos, toalhas ou roupa de cama
• Restrinja, por enquanto, o número de parceiros sexuais
• Indivíduos que tiveram contato com pessoas infectadas devem permanecer atentos a possíveis sinais e sintomas para buscar atendimento e também evitar uma onda de transmissão