Publicado em 10/6/2022 às
Executiva nacional do PSDB aprova aliança com MDB para lançar Simone Tebet à Presidência
Apesar disso, ala liderada por Aécio Neves ainda insiste em lançar candidatura própria tucana para as eleições de 2022
Em reunião realizada na quinta-feira (09/6) em Brasília, a executiva nacional do PSDB aprovou, com 39 votos a favor e seis contrários, a aliança com o MDB para apoiar a candidatura de Simone Tebet à Presidência da República.
Entre os integrantes da executiva, o deputado federal Aécio Neves e o deputado federal Alexandre Frota votaram contra o casamento com o MDB. O tucano mineiro lidera um motim contra o acordo e trabalha para que o partido lance candidato próprio à Presidência da República.
Essa manifestação de apoio, porém, ainda não é definitiva e precisa ser homologada nas convenções partidárias de julho.
Pelo arranjo com o MDB, os tucanos vão indicar o vice na chapa presidencial. O senador Tasso Jereissati (CE) é o favorito; corre por fora a senadora Mara Gabrilli (SP).
“Mais um passo dado em direção à união do centro democrático. MDB, PSDB e Cidadania caminham para um momento histórico a favor da reconstrução do Brasil”, disse a senadora Simone Tebet.
“Esse é o momento em que o partido entra em uma outra discussão que é, antes do próprio vice, colaborar com o programa de governo, com os desafios que o Brasil tem, não em torno de nomes. Claro que o PSDB tem grandes nomes. Nós vamos oferecer o que tivermos de melhor ao Brasil com o nome que possa caminhar junto com a Simone Tebet. O projeto não é mais um projeto de partido, mas um projeto de país”, disse há pouco o presidente do PSDB, Bruno Araújo.
Apesar da manifestação de apoio da maioria da executiva, setores do partido ainda insistem na tese de que os tucanos deveriam lançar candidatura própria. A ala dissidente, comandada por Aécio Neves, teme que pré-candidaturas regionais, como a do ex-deputado Marcus Pestana, sejam afetadas pelo acerto com o MDB.
No Rio Grande do Sul há um pré-acordo entre emedebistas e tucanos em favor da candidatura de Eduardo Leite para o Palácio Piratini. Pela aliança, o deputado estadual Gabriel Souza desistiria de seu projeto para o governo do estado e seria vice de Leite. Apesar das conversas, o acordo ainda não foi formalizado.
Outro gargalo está em Alagoas, onde o MDB deve apoiar o ex-presidente Lula. Na visão dessa ala, não faria sentido compor com uma sigla que, em parte, apoia o petista.
Por essa razão, esse grupo que ainda conta com nomes como o do ex-governador Marconi Perillo, ainda não desistiu de emplacar Eduardo Leite como pré-candidato à Presidência Ele é visto como sucessor natural de João Doria, após o ex-governador paulista ter desistido de disputar o Palácio do Planalto.