Política

Governador do RS deixa o cargo para ter possibilidade de concorrer à Presidente

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Publicado em 29/03/2022 às 14h

 

'Prévias têm a sua validade, mas não são uma corrente', diz Leite, do PSDB

Governador do RS, que perdeu as prévias do partido para João Doria, se diz disposto a ser candidato a presidente da República.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse, nesta terça-feira (29), que as prévias do PSDB para definir o pré-candidato à presidência da legenda nas eleições de 2022 – vencidas pelo governador de São Paulo, João Doria – "não são uma corrente" para a legenda.

Leite lembrou ainda uma declaração de Doria em fevereiro, quando o governador de SP afirmou estar disposto a apoiar outro nome na disputa presidencial.

"Se lá adiante tiver que fazer algum gesto em relação a outra candidatura, ele [Doria] fará. Ele disse isso em um evento", disse o governador do RS. "As prévias têm sua validade, mas não são uma corrente que o partido tenha para ficar amarrado."

Na segunda-feira (28), o governador do Rio Grande do Sul anunciou a renúncia ao cargo – passo necessário para concorrer a outro posto nas eleições de 2022. Na ocasião, ele anunciou também que permaneceria no PSDB, descartando uma ida para o PSD.

"Se eu quero ajudar o Brasil, quero ajudar a mudar o meu partido antes disso. Foi uma conversa amistosa [com Gilberto Kassab, presidente do partido]. Nos encontramos na sexta e falamos ao telefone no domingo. Ele foi muito correto comingo. O sentimento é o mesmo: de buscar uma alternativa para o Brasil", disse Leite.

FHC defende prévias; Doria falou em 'golpe'
No sábado (27), o governador paulista João Doria chamou de "golpe" qualquer tentativa de colocá-lo como candidato à presidência pelo partido e relembrou das prévias.

"Diante de prévias realizadas com o amparo da Justiça Eleitoral, com investimentos também registrado na Justiça Eleitoral - foram R$ 10 milhões investidos para que o partido fizesse suas prévias – as prévias valem. Qualquer outro sentimento diferente disso é golpe", afirmou Doria.

Sem mencionar Leite, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse na segunda que as prévias do partido devem ser respeitadas.

Quem é Eduardo Leite

Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite tem 37 anos e é natural de Pelotas, no Sul do RS.

O político foi eleito vereador de Pelotas em 2008. Quatro anos depois, Leite foi eleito prefeito da cidade, com 57% dos votos válidos no segundo turno.

O então prefeito não concorreu à reeleição em 2016, voltando à cena política em 2018, quando anunciou sua candidatura ao governo do estado. Após receber quase 36% dos votos no primeiro turno, Leite venceu o governador José Ivo Sartori (MDB) no segundo turno, com quase 54%.

Mesmo tendo declarado voto em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, Eduardo Leite passou a criticar o presidente, sobretudo durante a pandemia.

"Foi um erro colocar Bolsonaro no poder. Está cada vez mais claro que é um erro mantê-lo lá", escreveu em setembro de 2021.

Meses antes, em julho, Leite falou publicamente sobre sua homossexualidade pela primeira vez. Em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, o governador afirmou sofrer ataques e piadas de adversários por sua orientação sexual, mas disse que não tinha nada a esconder.

"Eu sou gay. E sou um governador gay, não sou um gay governador", disse a Bial.
Diante da repercussão, Leite usou as redes sociais para agradecer as manifestações de apoio que recebeu. No Ano Novo de 2022, o governador postou seu primeiro registro ao lado do namorado, o médico Thalis Bolzan.

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