Publicado em 16/02/2022 às 23h
BR-386 terá 213 câmeras de monitoramento; uma a cada 1,2 km
Começou a funcionar nessa quarta-feira o sistema de monitoramento de fluxo na BR-386. Ao total, há 213 equipamentos na BR-386 no trecho da CCR Viasul, o que corresponde a uma câmera a cada 1,2 quilômetros.
O sistema vai garantir o monitoramento total da rodovia 24 horas por dia. Essas imagens poderão auxiliar no atendimento mais ágil de acidentes de trânsito, uma vez que vem equipadas com tecnologia que permite alertar acontecimentos fora do normal (carro andando em zigue zague, freidas bruscas e saídas inesperadas ao acostamento).
As imagens também poderão ser solicitadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em caso de descumprimento das leis de trânsito.
ENTREVISTA - Paulo Reni, chefe da quarta delegacia da PRF
" A sociedade será beneficiada com uma segurança mais efetiva".
Uma ferramenta para controle de fluxo e combate ao crime. Desta forma o chefe da PRF classifica a instalação das câmeras. Para o uso da fiscalização e autuação, ainda é preciso cumprir um trâmite burocrático, com a assinatura de convênio entre fiscalização, ANTT e CCR Viasul, informa o responsável pela Polícia Rodoviária na região.
- Tendo a documentação e os termos em ordem, como pode ser o uso para a Polícia Rodoviária?
Reni - Sem dúvida é um avanço. Tanto para evitar crimes como para entender o que aconteceu em um acidente. Hoje, quando há algum incidente, ficamos nos depoimentos e na análise do local. Não temos o entendimento total do fato. Com as imagens, podemos entender o motivo para uma colisão, tombamento, ou saída de pista. Para saber se foi devido a um erro humano, um problema estrutural, se um animal cruzou em frente ao veículo.
Na questão criminal, hoje recebemos uma informação e precisamos encontrar onde está este veículo suspeito. Com as imagens, há como verificar o fato enquanto ele acontece. Vai desde um condutor atirar lixo na rodovia, abandonar animais ou no caso de transporte de ilícitos. Teremos informações mais eficientes e ganhamos tempo. A sociedade será beneficiada com uma segurança mais efetiva.
- Quando se fala em monitoramento, há dúvidas por parte da sociedade quanto o rigor da autuação. Pelo entendimento de que as câmeras serão instrumentos para autuação. Há condições de termos esse tipo de serviço na BR?
Reni - É comum haver receio por parte da sociedade, no que se refere aos autos de infração. É preciso deixar claro, a BR 386 não tem condições de fazer a fiscalização em tempo real pelas câmeras. Temos uma regulação nacional que define: o equipamento não faz a multa, ele pode transmitir essa imagem a autoridade.
Hoje, tanto pelo contrato de concessão quanto pela infraesgtrutura da PRF, não há como fazer fiscalização por 24 horas.
- O que precisa ocorrer para chegar neste patamar?
Reni - Para começar o convênio entre concessionária, CCR, ANTT e PRF. Depois, criar uma ferramenta em que os agentes tenham acesso em tempo real as imagens. Depois, uma adequação em toda a rodovia para a resolução. Instalação de placas informando que há cercamento eletrônico no trecho. Só assim seria possível haver autuação com o uso das câmeras. Isso não será da noite para o dia. Há um caminho longo para isso acontecer.