Publicado em 30/7/2021
AVÓ DE MENINO ASSASSINADO EM IMBÉ TENTOU A GUARDA QUANDO SOUBE QUE A CRIANÇA ERA ESPANCADA
A avó do menino de sete anos, que desapareceu em Imbé na semana passada, entrou com pedido para assumir a guarda dele um mês e 20 dias antes de sua filha ter dopado o menino e jogado no Rio Tramandaí, segundo confissão. Ela tentava a guarda porque soube que o menino havia sido espancado. No entanto, o pedido foi atrasado por conta da burocracia.
As informações foram colhidas pela GaúchaZH, por meio da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. A defensoria recebeu o pedido da avó no dia 8 de junho de 2021, 50 dias antes do assassinato confesso.
A avó procurou a unidade da Defensoria em Casca, na Serra Gaúcha, para saber como proceder com o pedido de guarda consensual da criança. No primeiro atendimento foram repassadas as informações e a lista de documentos necessários para comprovar que ela não havia condições de pagar um advogado e receber a assistência gratuita.
Um mês depois, em 8 de julho, a mãe do garoto encaminhou, por e-mail, na Defensoria Pública de Tramandaí, parte da documentação que havia sido solicitada. Na ocasião, foi informada de que eram necessários outros documentos para dar andamento ao processo, como comprovante de residência e de renda.
No dia 13 de julho, ela encaminhou o documento de comprovante de residência e recebeu a informação que ainda faltavam documentos para comprovar renda, bem como carteira de trabalho. Depois, em 21 de julho, a mulher enviou o comprovante de renda.
Por fim, segundo a defensoria, em 28 de julho, a mãe encaminhou a carteira de trabalho. A data do envio do último documento coincide com a data que, segundo a confissão, Yasmin dopou Miguel e o jogou no rio. De acordo com os depoimentos da avó, o menino sabia que ela estava tentado a guarda, e pedia pressa para o desfecho.
Mãe de menino desaparecido em Imbé é presa por homicídio após confessar crime
A Polícia Civil prendeu em flagrante, por homicídio, uma mulher de 26 anos que confessou ter matado o filho de sete anos em Imbé, no Litoral Norte. A mulher procurou a delegacia para registrar o desaparecimento do menino, mas acabou relatando ter dopado a criança e arremessado o corpo no Rio Tramandaí.
Os bombeiros iniciaram buscas ainda na quinta-feira (29). Os trabalhos continuam na manhã desta sexta (30).
Conforme o delegado Antônio Carlos Ratcz, a mulher detalhou como teria acontecido o crime. A mãe contou ter dopado a criança com fluoxetina e depois colocado o corpo em uma mala, na madrugada de quinta. Em seguida, teria saído com a companheira da casa onde moravam, na área central de Imbé.
Era uma mala de rodinhas. Ela saiu puxando e foi até o Rio Tramandaí, onde diz que retirou o corpo do menino e jogou na água. Ela não sabe se ele estava morto quando jogou. Nesse tempo todo de polícia, é uma das coisas mais horrendas que já vi — afirmou o delegado.
Embora tenha ouvido a mãe e a companheira, o policial optou no momento por autuar somente o flagrante da mãe. Isso porque percebeu indícios de que a companheira sofra de problemas mentais — a responsabilidade dela será apurada ao longo da investigação.
No depoimento, a mãe alegou que o menino era teimoso e que se negava a comer. Segundo o delegado, ela mesma relatou torturas físicas e psicológicas que eram sofridas pela criança.
Ela diz que ele pedia comida, que era mal educado. O menino ficava em uma peça de um por um metro. E ela já havia comprado dois cadeados com intuito de acorrentar o filho — disse Ratcz.
A mulher também relatou ao delegado que decidiu registrar o caso como desaparecimento porque acreditou que assim o crime não seria descoberto. O garoto seria o único filho dela. A polícia pedirá que a prisão seja convertida em preventiva.
As buscas
Os bombeiros iniciaram ainda durante a noite de quinta-feira as buscas ao menino, que foram interrompidas na madrugada. A procura foi retomada na manhã desta sexta-feira. fonte ZH