Economia

BB anuncia Plano Safra 21/22 e parceria com banco do Brics

Economia

Publicado em 28/06/2021 às 21h50

 

BB anuncia R$ 135 bi para Plano Safra 21/22 e parceria com banco do Brics
 
Volume de recursos destinado para próximo Plano Safra é 17% maior em relação ao montante ofertado na safra 2020/21
 
Em cerimônia online transmitida na manhã desta segunda, 28, o Banco do Brasil (BB) anunciou oficialmente que irá ofertar R$ 135 bilhões no Plano Safra 2021/2022.  Deste montante, R$ 121,5 bilhões são recursos de crédito rural com taxas controladas – sendo R$ 43 bilhões equalizados pelo Tesouro Nacional  e R$ 13,5 bilhões são capital em forma de títulos e capital de giro que serão financiados com juros livres.
 
‘Ao considerar alta da inflação, valor ofertado do Plano Safra não cresceu’
 
Exclusivo: Tereza Cristina fala sobre Plano Safra, COP 26 e saída do ministério
 
O montante anunciado é 7% maior em relação ao ofertado no Plano Safra atual que se encerra nesta quarta-feira, 30. Já os recursos de crédito rural são 19,5% maiores do que os anunciados no ciclo 20/21. Antes foram disponibilizados R$ 101 bilhões. Os recursos em títulos e capital de giro também tiveram crescimento. No ciclo anterior, foi-se ofertado R$ 12 bilhões.
 
O BB seguirá aplicando as taxas de juros definidas no Plano Safra do governo federal. A novidade é que, segundo o vice-presidente de Agronegócios da instituição, Renato Naegele, haverá redução dos custos administrativos e tributários (CAT) cobrados dos correntistas. O spread bancário em algumas linhas de investimento será de 2,85%. Naegele não especificou quais linhas contariam com essa porcentagem. Custeio e comercialização empresarial terão 5% de CAT.
 
 
“Nós demos duas opções de redução do CAT para o governo federal. Essa redução só foi possível graças à baixa da inadimplência. Ainda que o cenário econômico não seja favorável, verificamos um aumento na adimplência dos nosso clientes. Como as faltas de pagamentos integram os custos administrativos, pudemos reduzir essa cobrança. Inclusive, essa redução ajudou o governo a impulsionar mais recursos a partir do valor aplicado ao Plano Safra pelo Tesouro Nacional”, relatou o vice-presidente de Agronegócios.
 
Em relação aos beneficiários, integrantes do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) terão à disposição R$ 17 bilhões, integrantes do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) terão R$ 17,2 bilhões e demais produtores, incluindo o setor empresarial, terão R$ 87,3 bilhões.
 
Parceria com NDB
O presidente do BB, Fausto Ribeiro, aproveitou o evento para divulgar uma parceria fechada com o New Developmente Bank (NDB). O banco fundado pelo Brics – grupo formado por Brasil , Rússia, Índia, China e África do Sul, em prol do desenvolvimento econômico de países emergentes – irá disponibilizar US$ 330 milhões para investimento de infraestrutura do agronegócio por meio do BB.
 
O recurso, que deve chegar a R$ 1,5 bilhão, poderá financiar a construção de silos, armazéns, projetos de irrigação e uso de energias renováveis. A expectativa é que o crédito esteja disponível aos clientes do BB entre novembro e dezembro deste ano. As condições dos financiamentos ainda não estão definidas.
 
Bom desempenho
Fausto Ribeiro informou, na cerimônia online, que, em abril, a carteira de negócios em crédito rural da instituição chegou a R$ 200 bilhões. “O desembolso na safra 20/21 do banco do Brasil foi de R$ 460 milhões por dia. Isso garantiu R$ 115 bilhões aplicados no agronegócio no ciclo que estamos construindo. Foram mais de R$ 1 bilhão por meio de um programa de construção e ampliação de armazéns. Financiamos também mais de 48 mil máquinas. Dentre elas foram 12 mil tratores e 3 mil colheitadeiras”, enumerou.
 
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou no evento que o BB está se ligando “de novo” ao agronegócio. “Presidente Fausto, muito obrigada pela condução do Banco do Brasil, que sempre foi o maior parceiro do produtor brasileiro. Eu fico muito feliz quando eu vejo, hoje, o produtor novamente acreditando que na sua cidade o padre e depois o Banco do Brasil e o cartorário são as pessoas mais importante que ele tem lá. Isso mostra que nós estamos de novo ficando ligados ao produtor rural. Obrigada pela direção que o banco volta a ter junto ao produtor rural”, disse.
 
 

Agricultura familiar tem 19% mais recursos no Plano Safra 2021/2022


Serão destinados R$ 39,34 bilhões para financiamento pelo Pronaf, com juros de 3% e 4,5%
A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, detalharam em live, nesta quarta-feira (23), os recursos do Plano Safra 2021/22 para agricultura familiar e ações do Governo Federal para apoiar o pequeno produtor realizadas desde 2019.

Na live da “Agricultura Familiar no Plano Safra 2021/2022”, a ministra destacou que os agricultores familiares foram prioridade na construção do plano, com aumento de recursos e menores taxas de juros. “Esse plano privilegia a agricultura familiar, os pequenos produtores e está aí a resposta para o que discutimos juntos. Se ele não foi maior, foi devido ao Orçamento, mas, dentro do possível, conseguimos privilegiar aqueles que precisam de crédito, acreditam e estão investindo na agricultura brasileira”.

No Plano 2021/22, anunciado na terça-feira (22), os recursos (custeio, comercialização e investimento) destinados à agricultura familiar tiveram crescimento em 19%. Serão destinados R$ 39,34 bilhões para financiamento pelo Pronaf, com juros de 3% e 4,5%. Desse valor, são R$ 21,74 bilhões para custeio e comercialização e R$ R$ 17,6 bilhões para investimentos.

O secretário Fernando Schwanke ressaltou que o plano atende várias demandas apresentadas pelos agricultores familiares, como a ampliação do valor da renda bruta para enquadramento no Pronaf, de R$ 415 mil para R$ 500 mil. Outra medida foi o aumento do limite de investimento de R$ 330 mil para R$ 400 mil para suinocultura, avicultura, aquicultura, carcinicultura e fruticultura, e de R$ 165 mil para 200 mil para os demais empreendimentos.

“Os recursos do Pronaf e do médio produtor dispararam em relação às outras linhas de crédito, mostrando o efetivo compromisso do Governo Federal e do Ministério da Agricultura com a agricultura familiar, com o aumento de 81% em relação aos Planos anteriores”, afirmou Schwanke.

O novo Plano Safra fortalece a linha Pronaf Bioeconomia, reforçando a sustentabilidade ambiental com a inclusão da possibilidade de financiamento para sistemas agroflorestais, construção de unidade de produção de bioinsumos e biofertilizantes e projetos de turismo rural que agreguem valor a produtos e serviços da sociobiodiversidade. A iniciativa impulsiona a inserção de agricultores familiares nos arranjos da bioeconomia.

Participaram do evento virtual o diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero; o representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Rafael Zavala; o diretor do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) no Brasil, Claus Reiner; o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Aristides dos Santos; a a secretária de Política Agrícola da Contag, Vânia Marques Pinto; e o representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado.

Resultados

Durante a live, foram apresentados resultados das ações do Mapa para a agricultura familiar entre janeiro de 2019 e maio de 2021, alicerçadas em três bases: crédito e seguro; tecnologia; e comercialização e cooperativismo.

Para fomentar as organizações da agricultura familiar, em 2020, o Mapa ampliou de R$ 12 mil para R$ 60 mil o limite para que cooperados acessem o Pronaf Agroindústria.  Houve também a ampliação dos limites de financiamento para Cooperativas Singulares, de R$ 15 milhões para R$ 20 milhões, e para Cooperativas Centrais, de R$ 30 milhões para R$ 60 milhões. No período, foram 1.081 financiamentos contratados por cooperativas familiares, somando R$ 4,4 bilhões.

Por meio do Pronaf Habitação, quase 15 mil famílias construíram ou reformaram suas casas, totalizando R$ 629 milhões de financiamento até maio deste ano. Essa linha de crédito também possibilita que os filhos dos pequenos produtores solicitem o financiamento, estimulando a sucessão familiar rural e a permanência dos jovens no campo.

Lançado em 2020, o programa Produzir Brasil, voltado para a incorporação de assentados a cadeias de valor nas regiões, iniciou as atividades na Região Centro-Oeste com 6.726 beneficiários.

Sobre assistência técnica, Schwanke, informou que está em andamento seleção de entidades executoras de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para atender 7 mil agricultores assentados da Amazônia Legal e Região Fronteiriça. A iniciativa deve viabilizar, ainda, no âmbito do AgroNordeste, tais serviços para 15 mil assentados até 2023. Quanto à Ater Digital, está previsto repasse de R$ 25 milhões para a execução das ações pelas Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematers), ampliando o acesso dos agricultores a serviços modernos, ágeis e eficientes.

Por meio do programa AgroResidência, o Mapa está financiando 76 projetos de instituições de ensino, voltados à qualificação técnica de 943 estudantes e recém-egressos dos cursos de ciências agrárias e afins. Mais 537 jovens devem ingressar no programa até o final do ano.

A inserção dos agricultores familiares nos arranjos da bioeconomia é outro foco do Mapa, por meio do programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade, que apoia projetos de estruturação produtiva, transferência tecnologia e plantas bioativas; e a linha Pronaf Bioeconomia, que já concedeu R$ 88,9 milhões em crédito até maio.

O Projeto Dom Helder Câmara, com atuação em 838 municípios dos 11 estados na região do semiárido, atende 53 mil famílias com serviços de Ater. Coordenada pelo Mapa, a iniciativa tem parceria do Fida para combater a pobreza e promover o desenvolvimento rural sustentável no semiárido.

Nos últimos dois anos, os produtos identificados com o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf) passaram de 700 para mais de 7.743, promovendo o acesso competitivo desses produtos ao mercado.

Entre ações para minimizar os impactos da pandemia do coronavírus, o Mapa e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) garantiram a continuidade do acesso dos alunos das escolas públicas aos alimentos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que passaram a ser distribuídos em formas de kits.

Para promover o turismo rural em propriedades de agricultores familiares, o Mapa e o Ministério do Turismo criaram o projeto Experiências do Brasil Rural. Em maio, oito roteiros turísticos foram selecionados no primeiro edital do projeto, que disponibilizará apoio técnico para estruturação dos destinos e empreendimentos.

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