Agricultura

Prejuízos com a seca e como alternativa projetos de irrigação

Agricultura

Publicado em 21/01/2022 às 10h

 

“Quem paga a conta junto do produtor é o consumidor que está na cidade”, diz presidente da Fetag-RS

Carlos Joel da Silva relata que a maior dificuldade enfrentada pelos produtores, sejam eles de  pequeno, médio, ou grande porte, é a falta de água

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, avaliou os estragos nas lavouras gaúchas em função da estiagem que assola o estado em entrevista ao programa Redação no Ar desta quinta-feira (19). Segundo ele, as estimativas de prejuízos com a seca passam de R$ 30 bilhões.

Mais de 300 municípios decretaram situação de emergência. Além disso, outras cidades relataram danos em razão da faltas de chuvas, mas ainda não fizeram o decreto.

“Quem paga a conta junto do produtor é o consumidor que está na cidade. Diminui a quantidade de produção, a qualidade do produto cai e, consequentemente, vem o aumento”, afirma. 

Segundo o presidente da Fetag-RS, as produções de soja, milho e arroz são as mais afetadas e a maior dificuldade enfrentada pelos produtores, sejam eles de  pequeno, médio, ou grande porte, é a falta de água. “O pior cenário do momento é na região do Vale do Jacuí”, afirma. 


Carlos Joel da Silva, Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) (Foto: Divulgação)


Silva afirma que o sindicato está acompanhando os problemas enfrentados pelos municípios e entregaram uma documentação com medidas para amenizar os prejuízos para os governos do Estado e Federal. “Precisamos de uma política de governo que possa auxiliar o produtor, que carrega a economia do país”, defende. Na visão do presidente da Fetag-RS, o crédito emergencial é fundamental para o produtor se manter até a próxima safra.

A prorrogação do pagamento das dívidas dos produtores é outra medida defendida pelo sindicato. “Devemos nos preocupar não só com o momento atual, mas com o futuro também”, declara.

Estiagem no Vale do Taquari 

No Vale do Taquari, 27 municípios (75%), anunciaram problemas decorrentes da estiagem. Dos quais Lajeado, Progresso, Nova Bréscia, Doutor Ricardo e Forquetinha emitiram alerta. Arroio do Meio, Anta Gorda, Santa Clara do Sul, Relvado, Sério e Pouso Novo decretaram racionamento de água. Roca Sales, Muçum, Colinas, Putinga, Capitão, Imigrante, Teutônia, Westfália, Marques de Souza, Vespasiano Corrêa, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul, Paverama, Estrela e Travesseiro e Taquari decretaram situação de emergência.

 

 Deputado Alceu Moreira, defende políticas que incentivem projetos de irrigação.

“A irrigação torna o crédito mais barato, a produção mais segura e evita prejuízos”, afirma deputado Alceu Moreira

Parlamentar defende uma política continuada de estímulo a projetos de irrigação no RS

Em agenda pela região, nesta quinta-feira (20),o deputado federal Alceu Moreira, um dos postulantes do MDB ao Palácio do Piratini nas eleições de outubro. O parlamentar falou sobre agricultura, estiagem, governo do Estado 

 

Moreira avalia que esta seca é uma das mais radicais nos últimos 50 ou 60 anos no Rio Grande do Sul. Em função disso, ele defende políticas que incentivem projetos de irrigação. “A irrigação torna o crédito mais barato, a produção mais segura e evita prejuízos”, afirma.

 

“No nosso sistema, se tu tens irrigação, o teu crédito é mais barato porque tu reduz o risco. Se tu tens irrigação, o teu investimento é mais seguro porque o teu risco de perder é muito menor. A irrigação é a garantia de produtividade”, sustenta.

O deputado lamenta que o Rio Grande do Sul, que tem sua matriz econômica com destaque para a agricultura e a pecuária, não tenha uma ação efetiva em matéria de prevenção à estiagem. Moreira entende como fundamental um programa continuado de irrigantes, retenção e barragens de água para animais, para consumo e para manter as lavouras.


Processo de irrigação ajuda a reduzir prejuízos na estiagem (Foto: Pixabay / Ilustrativa)

O político diz que, se a legislação não favorece, é morosa e burocrática para projetos de irrigação, é tarefa dos legisladores proporem alterações e adaptações para desatar os procedimentos. Em Brasília, o deputado diz que conversa com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para uma política de socorro aos pecuaristas, como produtores de gado.

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