Atualizado em 17-01-2021 às 15h40min
Chuvas irregulares, estiagem e perdas.
A estação de verão é um período de muito trabalho para os agricultores das mais diversas culturas dos municípios da nossa região. Alguns produtores dependendo da região tiveram algumas perdas na produção em suas lavouras devido as chuvas irregulares a "estiagem". Na região, temos alguns relatos de produtores, que na mesma lavoura tinha partes com menos umidade "lombinhas" tinha perca de maior porcentagem, nas partes com baixadas a produção era normal. Outros agricultores, tiveram perca de quase (50%) cinquenta por cento, depende muito das regiões, para uns afetou mais para outros menos, isso por ter acontecido as chuvas irregulares, comparando a outros anos que a quantidade de umidade era dentro da média e uma produção cheia.
Perdas com erros na produção e estocagem da silagem podem passar de 30%
Entender como controlar perdas no processo de produção e armazenagem ajuda a reter os nutrientes da planta e dos grãos
A silagem
A silagem é um alimento cada vez mais essencial na produção de leite. Trata-se de uma excelente estratégia para a nutrição do gado e uma aliada para minimizar perdas em períodos de escassez de pasto."Como minimizar perdas e potencializar a produção de leite no processo de produção de silagem" palestra de Thiago Bernardes, no simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, em Chapecó,SC. Bernardes é professor da Universidade Federal de Lavras (Ufla). as perdas da colheita à estogagem podem passar de 30%, sustenta o estudioso.
Na palestra, o pesquisador comentou os resultados de estudo relativo à silagem com vacas confinadas em 149 propriedades leiteiras em seis estados: RS, SC, PR, SP, MG e Goiás. "Fizemos uma radiografia do que as fazendas, grandes e pequenas, fazem em termos de dietas e como a silagem está sendo utilizada", antecipou.
O levantamento, mostrou que o uso de silagem de grão úmido vem crescendo nas propriedades leiteiras brasileiras. O estudo apontou ainda que 53% das fazendas utilizam algum tipo de silagem de grãos e que silagem também representa 66% do consumo diário das vacas. "São cenários muito comuns hoje em dia". salientou.
"A silagem tornou-se super importante para o sistema de produção de leite. Por isso, você precisa aprender fazer silagem", provocou o público. Bernardes focou sua palestra na silagem de planta inteira de milho.
Como evitar perdas de silagem
Produzir silagem é caro e arriscado, diz. Entender como controlar as perdas no processo de produção e armazenagem ajuda o produto final a reter os nutrientes da planta e dos grãos, além de manter a segurança alimentar, evitando a contaminação por micotoxinas, por exemplo.
Segundo o professor, considera-se normal a perda de até 3% em matéria seca para uma propriedade com bom manejo. No entanto, essas perdas podem chegar a 34% quando a confecção do alimento é inadequada. As perdas podem ocorrer já na colheita, com o tombamento de plantas e deriva de partículas. "Parte da silagem colhida e picada é jogada fora. Para controlar as perdas no campo, precisamos de máquinas bem reguladas, treinamento, concientização e capacitação da equipe", argumenta.
Colher a silagem com a umidade ideal, utilizando inoculantes com bactérias produtoras de ácidolático, pode reduzir perdas. O tempo prolongado de confecção da silagem também promove o aumento de mocrorganismos deterioradores, orienta o professor.
Estogagem
Vencida a etapa da colheita, o produtor de leite enfrenta o fesafio da estocagem. Este processo, quando não bem executado, também pode gerar prejuízo considerável, de acordo com o especialista. Perdas por deterioração em função da má vedação variam entre 5 e 34%. A remoção ineficaz no uso da silagem também prejudica a conservação. "No Brasil, os produtores investem muito na lavoura de milho. Mas, ao fechar o silo, acham normal jogar fora 5, 10, 20 centímetros de silagem. No entanto, essa é uma perda considerável", argumenta.
A silagem também pode abrigar micotoxinas, que vão afetar o desempenho das vacas. "Em um único silo, podemos ter duas silagens, do centro e do topo, completamente diferentes em termos de composição química, microrganismos e seus pompostos. Quanto mais o topo estiver afetado, mais contamina o centro", explica.
Bernardes destaca a função de um silo bem vedadocom uma lona de qualidade. A vedação do silo representa de 0,5 a 2% do custo total da silagem, dependendo da qualidade da lona. "As perdas em silagem de milho estão mais relacionadas à deterioração aeróbica, por isso deve-se dar atenção especial à vedação e ao desabastecimento do silo",afirma. Ele indica lonas com barreira ao oxigênio para reduzir perdas de nutrientes e evitar a proliferação de fungos (micotoxinas). "A lona é o materialm responsável pela conservação de milhares de reais", destaca.
A silagem ideal
Bernardes explica que os animais preferem silagens fermentadas adequadamente e sem a presença de deterioração. "Silagens com alta concentração de ácido lático são as ideais. De outra forma, o consumo e o aproveitamento é reduzido". Para a nutrição de vacas de alto desempenho de lactação, a silagem deve ter alta concentração de amido fermentável, cita. "Para isso é preciso garantir um mínimo de fíbra efetiva, visando manter a saúde ruminal e a produção de gorduras no leite", explica.
Para produzir silagens com alta concentração de amido, é preciso colher a planta quando a limha do leite estiver acima de 50% (da coroa para a base do grão). "Mesmo com alta concentração de amido, precisamos que a digestibilidade deste carboidrato seja maximizada. O tempo de estocagem pode afetar essa função". Conforme Bernardes, silagem "mais velha" possuem amido mais digestível. Por isso, recomenda, o tempo mínimo de estocagem da silagem é de cinco a dez semanas para silagens de planta inteiras e grão úmido.