Agricultura

Ministra Tereza Cristina visitou o RS e volta com demandas à Brasília

Agricultura

Publicado em 13/01/2022 às 19h

 

RS tem 42% das cidades em situação de emergência por conta da estiagem; ministra da Agricultura visita locais afetados

Tereza Cristina visitou o município de Santo Ângelo, um dos locais mais atingidos pela falta de chuvas no RS. Ministra disse que levará demandas apresentadas a Brasília.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, visitou locais afetados pela estiagem no Rio Grande do Sul, na manhã desta quarta-feira (12). O município escolhido para a visita foi Santo Ângelo, no Noroeste do Rio Grande do Sul.

Santo Ângeloé um dos 209 municípios que decretaram situação de emergência no estado em razão da falta de chuvas. Destes, 52 já tiveram a situação homologada pelo estado e 47 reconhecidos pela União. O número representa 42% das cidades gaúchas.

Acompanhada do vice-governador do RS, Ranolfo Vieira Júnior, e da secretária estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, a ministra visitou uma propriedade rural em Buriti, no interior do município, que produz milho, soja, leite e carne. O local foi fortemente atingido pela seca.

"Não queremos que as pessoas abandonem a produção. Procuraremos minimizar, não resolveremos tudo, mas minimizar, se agirmos rápido e agora", destaca.


Ministra da Agricultura Tereza Cristina no RS  — Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini
 

Em seguida, os três se reuniram com lideranças locais em um auditório da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). Também participaram do encontro equipes técnicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e deputados estaduais e federais.

Durante a ocasião, a ministra destacou que, por enquanto, é necessário monitorar a situação diariamente.

"Ainda não podemos dar números. Há lavouras que se recuperam, outras não, ainda pode chover, são graus diferentes de recuperação de lavouras. Temos de acompanhar, de monitorar, e fiz questão de vir aqui para vermos o que já podemos propor. Eu não vim aqui hoje para dar nenhuma fórmula mágica pra vocês, mas levo daqui uma reflexão, muitas anotações, muita coisa que eu ouvi pra que a gente possa sentar e em breve encaminhar ações de curtíssimo, de médio e de longo prazo", diz.

O governo do estado entregou um documento à ministra com demandas consolidadas após conversas com representantes de entidades rurais, prefeitos e deputados estaduais.

Propriedade atingida pela estiagem em Santo Ângelo — Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini
 

Perdas
Segundo a Emater, até 7 de janeiro, 195 mil propriedades registravam perdas na agropecuária por conta da estiagem. As principais regiões atingidas são Norte e Nordeste.

Apenas em Espumoso, cidade também da Região Norte, a estimava é que os prejuízos com a estiagem alcancem quase R$ 340 milhões. A quebra na safra de milho chega a 90%., e na soja, 60% das lavouras plantadas são consideradas perdidas.

Em Soledade e Mormaço, na mesma região, os prejuízos chegam a 60% dos quatro 50 mil hectares cultivados com soja.

Na Serra, os prejuízos nas lavouras já ultrapassam os R$ 4 milhões. Em toda a região, as perdas em culturas como a da uva devem chegar a 40%. Uma propriedade de Bento Gonçalves estima uma perda de até 60% na produção de uvas. "Tem que ver para prolongar as contas, ver o que o banco faz, pagar o juros. Vai fazer o quê?", lamenta o agricultor João Carlos Sikorsky.

"Preocupa muito como os agricultores vão conseguir honrar seus compromissos, porque houve um alto custo de produção, onde os insumos foram muito elevados. Tem ainda muitos produtores que não receberam da última safra", observa o presidente da Comissão Interestadual da Uva Cedenir Postal.

Cultura da uva é uma das mais afetadas pela seca na Serra do RS 
 

Um estudo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) estima que as perdas financeiras no Valor Bruto da Produção (VBP) nas culturas da soja e do milho podem ultrapassar os R$ 19,77 bilhões.

Na soja, o impacto sentido chega a R$ 14,36 bilhões em valores que os produtores deixarão de comercializar. Já no milho este valor é de R$ 5,41 bilhões nas perdas financeiras com a cultura.

Receba as novidades
Cadastre-se na nossa news