Agricultura

Cotações: soja é vendida a R$ 195 em Passo Fundo

Agricultura

Publicado em 01/02/2022 às 17h

 

Soja é vendida a R$ 195 em Passo Fundo (RS). Veja demais praças

Nos contratos futuros, mercado se aproximou dos maiores patamares desde junho de 2014

Com Chicago subindo forte e o dólar recuando na mesma proporção, o mercado brasileiro de soja teve um dia calmo em termos de negócios. Os agentes encontram dificuldades para formar preços, que tiveram comportamento regionalizado e encerraram em patamares nominais.

O foco segue nas lavouras. A previsão climática indica continuidade da estiagem na região Sul, onde os produtores seguem calculando os prejuízos no potencial produtivo, e chuvas intensas no Sudeste e Centro-Oeste, atrasando os trabalhos de colheita.

– Passo Fundo (RS): a saca de 60 quilos subiu de R$ 191,00 para R$ 195,00

– Região das Missões: a cotação passou de R$ 189,00 para R$ 194,00

– Porto de Rio Grande: o preço permaneceu em R$ 192,00

– Cascavel (PR): o preço recuou de R$ 182,00 para R$ 181,00 a saca

– Porto de Paranaguá (PR): a saca baixou de R$ 187,00 para R$ 186,00

– Rondonópolis (MT): a saca seguiu em R$ 170,00

– Dourados (MS): a cotação aumentou de R$ 170,00 para R$ 172,00

– Rio Verde (GO): a saca subiu de R$ 171,00 para R$ 172,00

Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços em forte alta, ampliando os ganhos acumulados em janeiro. Durante a sessão, o mercado se aproximou dos maiores patamares desde junho de 2014.

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As cotações seguem sendo impulsionadas pelas preocupações com o tamanho da safra sul-americana. A estiagem segue castigando as lavouras de boa parte da região. E as previsões indicam que as chuvas deverão permanecer raras nesta e na próxima semana no sul do Brasil.

A demanda segue firme, com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando a venda de mais 129 mil toneladas por parte de exportadores privados para a China.

As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 1.411.411 toneladas na semana encerrada no dia 31 de janeiro, conforme relatório semanal do USDA. O mercado esperava o número em 1,125 milhão de toneladas.

O mês de janeiro apontou valorização de 11,3% na posição março, diante da perspectiva de encurtamento da oferta global e dos sinais firmes de demanda.

Os contratos da soja em grão com entrega em março fecharam com alta de 20,50 centavos de dólar por bushel ou 1,39% a US$ 14,90 1/2 por bushel. A posição maio teve cotação de US$ 14,95 1/4 por bushel, com ganho de 20,00 centavos ou 1,35%.

Nos subprodutos, a posição março do farelo fechou com alta de US$ 6,50 ou 1,87% a US$ 418,90 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em março fecharam a 64,82 centavos de dólar, com baixa de 0,45 centavo ou 0,68%.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em baixa de 1,53%, sendo negociado a R$ 5,3070 para venda e a R$ 5,3050 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,2846 e a máxima de R$ 5,4311. No mês, o dólar acumulou queda de 4,82% ante o real.

Cotações

 

Ainda é reflexo da forte seca registrada no Sul do Brasil e no sul de Mato Grosso do Sul

A projeção de produção de soja no Brasil sofreu mais um corte de 6 milhões de toneladas, ou de 4,5%, em comparação com a estimativa divulgada no início de janeiro pela AgResource Brasil, filial da empresa norte-americana AgResource Company. Agora, a safra é indicada em 125,04 milhões de toneladas, ante 131,04 milhões de toneladas.

“Essa queda ainda é reflexo da forte seca registrada no Sul do Brasil e no sul de Mato Grosso do Sul. O número também é expressivamente menor que a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 140,4 milhões de toneladas, e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indica uma safra brasileira de 139 milhões de toneladas”, afirma a Consultoria em comunicado.

O diretor da AgResource Brasil, Raphael Mandarino, aponta que, “apesar do baixo volume de chuvas recentemente, o calor continua e os estragos nas lavouras em função do estágio fenológico das culturas já estavam consolidados”. Com isso, projeta, a expectativa é que os preços da oleaginosa continuem o movimento de alta. Na última semana, as cotações futuras da oleaginosa na Bolsa de Chicago acumularam elevação de 4,8% no contrato de março/22.

 

Feijão

A área plantada de feijão no Brasil vem diminuindo consideravelmente nas últimas quatro décadas, e, neste ano, devem ser plantados 890 mil hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a menor área cultivada com o grão desde 1976.

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A projeção da Conab representa a menor área de cultivo já registrada em toda a história desde que a pesquisa da companhia iniciou em 1976, quando as lavouras tinham 1,582 milhão de hectares. Na década de 1980, por exemplo, as áreas passavam de 2 milhões de hectares.

“A gente vem plantando cada ano uma área menor. Do ano passado para cá, temos 8% a menos. Tem diminuído a área plantada, e não temos incentivo para plantar feijão. Mesmo assim, o produtor deve investir no feijão, pois a perspectiva é boa durante o ano”, destaca o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders.

Por mês, a população brasileira consome 223 mil toneladas de feijão, segundo o Ibrafe, quantidade que poderá faltar a partir de março.

“Nós não temos feijão para chegar até maio. Não adianta chegar no fim do ano com 3 milhões de toneladas se você passou seis meses oferecendo menos feijão do que a população consumiria. Muito se fala sobre queda de consumo de feijão, mas o problema não é queda de consumo e sim queda de oferta”, avalia o presidente do Ibrafe.

O balanço de oferta e demanda feito pela Conab entre os anos de 2019 a 2022 aponta queda de consumo, de 3,15 milhões de toneladas em 2020 para 2,9 milhões de toneladas em 2021,  número que se mantém em 2022.

No Paraná, a área plantada nesta primeira safra é de 141 mil hectares; na safra de 2019/2020 foram 152 mil hectares, redução de 8% .

“As lavouras, principalmente de agricultura familiar, estão reduzindo bastante principalmente o feijão e a mandioca. São culturas que demandam mão de obra e com a valorização da soja e do milho, o feijão está perdendo área para essas duas culturas”, diz o economista do Deral, Methodio Groxko.

O quarto levantamento de produção nacional emitido pela Conab prevê 988,4 mil toneladas de feijão na primeira safra, cerca de 6% a menos que a estimativa inicial, que era de 1,05 milhão de toneladas.

Já a estimativa inicial calculada pelo Ibrafe era de 990 mil toneladas. Agora, o número atualizado considerando a quebra é de 794 mil toneladas.

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